O Fußball-Club Sankt Pauli von 1910, vulgo St. Pauli da Alemanha, definitivamente não é um clube comum. O símbolo de uma caveira estampado na bandeira do clube já poderia deixar qualquer um com um pé atrás, mas a reação correta deve ser exatamente a oposta, isso se você for livre de qualquer tipo de preconceito.
Fundado em 1910, o St. Pauli teria tudo para ser apenas mais um dos milhares de times de futebol do mundo, porém, ele se destaca por algo inusitado: é um clube onde dirigentes e principalmente os torcedores são livres de qualquer tipo de preconceito e discriminação. Fato inusitado? Sim, pelo menos nos dias de hoje, onde um selinho de um jogador gera praticamente uma 3º guerra mundial.
A história da origem do clube é pra lá de interessamte, não a contarei aqui, mas o Google pode ajudá-los caso tenham interesse. Resumidamente, uma das atitudes que fizeram o St. Pauli um fenômeno de popularidade, mesmo sem jamais ter conquistado algo, ocorreu na década de 80, quando o time resolveu proibir a entrada de torcedores de extrema-direita. Com atitudes como essa e sempre levantando bandeiras contra o preconceito, o clube agradou até mesmo os que não eram fãs de futebol e não só na Alemanha. A média de público que era de mil torcedores no começo da década de 80, aumentou para 20 mil ao final dos anos 90.
Atualmente na 2ª divisão do campeonato alemão, o estádio dos Piratas da Liga, como são conhecidos os torcedores do clube, segue lotado a cada jogo. Se não vibram tanto com as vitórias do time, gritam orgulhosos aos quatro ventos
que são antirracistas, antifascistas, antissexistas e anti-homofóbicos. Uma das maiores provas disso é que neste ano o clube resolveu hastear uma bandeira do arco-íris que ficará permanentemente no estádio.
"Tolerância e respeito nas relações humanas são pilares importantes da filosofia do St. Pauli."
Visto o furdunço que ocorreu por aqui no caso Émerson Sheik e as ofenças dirigidas a Richarlyson ao longo de anos, creio que no Brasil não teremos um St. Pauli tão cedo, as pessoas não estão prontas para conviver abertamente com isso. Como disse o jornalista David Butter, "O St. Pauli não é um clube gay: é um clube que não nega os gays. Não é um clube
“tolerante” no sentido flácido do adjetivo: é um clube que promove a
tolerância com energia."
E aí, acha mesmo que um clube assim sobreviveria no Brasil? Eu duvido, aqui as pessoas se dizem não preconceituosas, mas somente até terem um filho, parente ou amigo que assuma ser homossexual ou passe a ter alguma deficiência. Dizer ser livre de preconceito é fácil, ter uma atitude livre de preconceito é bem mais complicado.
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